Rosetta West lança Labyrinth, seu novo álbum

A neblina é densa, mas vai abaixando gradativamente, fazendo com que seja possível enxergar o cenário ao redor. Ele é de uma aridez curiosamente indolor, mas que ambienta o ouvinte em algum lugar no meio oeste dos Estados Unidos. Em uma pequena e pacata cidade, o swing é presente, mas também o groove e a consistência. Apesar de linear em sua estética, Red Rose Mary Bones é uma canção com uma base rítmica bem trabalhada graças às linhas graves e estridentes do baixo de Jason X. Abraçando a composição com sua pressão, o instrumento dá liberdade para que a guitarra de Joseph Demagore explore um sonar azedo e propositadamente nauseante, enquanto a bateria de Nathan Q. Scratch se mostra crua em seus movimentos duros. Ainda assim, a voz de Demagore que, de fato, rouba a atenção. Com sua rouquidão particular, ela é quem dá a textura definitiva para que Red Rose Mary Bones tenha lucidez em meio a uma textura levemente ríspida.

O Sol está nascendo no horizonte. No limite da colina, antes que se deixe cair no precipício, uma espécie de chefe tribal se posiciona ereto e imponente reverenciando a chegada do Deus do fogo. Munido apenas de alguns elementos percussivos, ele, ao seu modo, dá as boas-vindas a mais um dia que nasce em um puro gesto de gratidão. Esse cenário folk é desenhado através do sopro agradavelmente agudo e floral da flauta, que dá passagem para um canto ondulante e vocálico cuja estrutura soa tal qual um mantra monossilábico. Com o auxílio do violão e do baixo, The Temple assume uma personalidade sonora minimalista em que Demagore se encontra mais livre para alçar voos experimentais em meio a falsetes bem executados. Nesse ínterim, a faixa se matura como um folk de energia tensa e densa que, justamente por conta dessas qualidades, atiça a atenção do ouvinte.

O baixo surge grave em seu rebolar linear de maneira a soar hipnótico. Quando o chocalho e a bateria entram em cena, não demora para que Deeper Than Magic assuma um caráter folk típico que contagia o espectador sem qualquer dificuldade. O curioso, aqui, é perceber que a união da forma interpretativa do lirismo assumida pelo vocalista junto à maneira como a guitarra se apresenta faz com que a canção assuma ares interessantemente místicos que transformam a sua essência.

Ela já nasce densa e tensa. Como se, em meio aos desertos verdes de florestas temperadas, existisse um perigo iminente, mas difícil de ser observado. É por isso que, ao primeiro ressoar grave do violão, o ouvinte assume uma posição de alerta. Com as pupilas dilatadas e bojudas gotas de suor escorrendo pela lateral da face, o espectador se encontra atento e preparado. De surpresa, mas não ao ponto de assustar, o sonar tremulante do violino trazido pelo teclado transforma Roman Mountains em um folk céltico ligeiramente dramático.

Labyrinth é um álbum curiosamente denso em suas experimentações de texturas que se emaranham pela base do folk. Com 14 narrativas intrigantes e penetrantes, o Rosetta West conseguiu fazer com que o material soasse cativante e hipnotizante em suas veias lineares e minimalistas. Um produto capaz de fornecer tensão e adrenalina na mesma medida.

Mais informações:

Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/0ePdRogWBMJ1LvOBUUOMIF

Bandcamp: https://rosettawest.bandcamp.com/

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