Alguns artistas que passaram por experiências amargas, contam analogias sobre sua história usando a própria arte. Ryan Tobin é um exemplo e traz isso em seu primeiro álbum “Purgatory Road”. O repertório apresenta doze músicas cuja faixa título é a primeira. O som comercial é propício a alcançar mais pessoas, afinal, o conteúdo que existe aqui é uma espécie de testemunho desse cantor cristão. Entretanto, saiba que aqui não constam hinos de louvores e, sim, canções como “Never Be” que é pesada e melancólica. Já outros títulos como “Broken Spear” refletem uma estética mais introspectiva, além de se adequar a programações de várias rádios.
A pegada metal de faixas como “Voice 99” é tão consistente quanto o conteúdo da mensagem, que destaca uma jornada de luta contra o vício onde, no final, a conquista é garantida. O álbum, que foi produzido por Lucio Rubino, ainda possui a canção pesada e melódica “With or Without”. E aqui, cabe destacar o bom trabalho de guitarras e cozinha que fazem desta, uma música moderna com sonoridade perfeita. Pegando mais esse gancho, a música “Not Enough” também evidencia a sofisticação de um som bem produzido e, liricamente falando, sai um pouco da zona de conforto de Tobin.
Algo que podemos comparar às músicas de Ryan dentro do contexto musical, são bandas como Soundganden e Alice Chains, principalmente em baladas como “Running Away”. Contudo, as mensagens do texano de Canyon Lake (EUA) percorrem em um terreno sem lodos e espinhos. O contexto é reforçado em canções como “Faded Hallelujah”, onde a melodia suave e cadenciada fazem uma cama confortável à letra totalmente emotiva. Por conseguinte, esta corresponde à música mais linda do álbum. “Wrong Side Down”, no entanto, sobe no mesmo pódio com mais um testemunho de perseverança. Se você aprecia baladas, essa é muito legal.
A sessão purificação da alma continua com “The Return”, uma faixa simplista com destaque à voz potente de Tobin sobre acordes sólidos de violão. Aproveite também o solo gostoso que complementa a melodia. Atrelada a mesma performance, mas com um vocal bem mais intimista, “Sorted Out” solta sua harmonia pelo ar ligando cada melodia como de mãos dadas. Ao final, “Back to the Son” corresponde à libertação das correntes e a liberdade para uma vida eterna. Tecnicamente, não há nada o que se possa acrescentar neste álbum tão bem tocado e produzido. Liricamente, então, merece uma versão na literatura.
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