É interessante perceber que, por entre notas aconchegantes de frescor, a harmonia existente entre a voz de timbre afinadamente melodioso do vocalista e a desenvoltura serena do piano faz transpirar uma espécie de delicadeza melancólica intrigante. Trazendo consigo ligeiras menções de incredulidade com traços íntimos, mas bem escondidos, de culpa, é como se a sonoridade funcionasse como um auxílio na busca por respostas jamais encontradas.
É a partir dessa constatação que a composição passa a exortar uma tristeza em processo incandescente. Travestida em suavidade, em cada lágrima que deixa escapar, esse sentimento oferece rompantes de uma dor inexplicável e imensurável. Uma dor que não é possível ser sanada e escondida por cicatrizes. Um sofrimento tão visceral que faz com que cada poro do corpo também se deleite em águas de lamúria.
Casando com esse ecossistema, o violino, assim que entra em cena, não se responsabiliza apenas pelo engrandecimento da camada harmônica. Ele faz com que a canção atinja seu ápice de dramaticidade em meio a um contexto sonoramente meloso. Como se estivesse buscando alento nos braços de terceiros, o espectro sonoro proporcionado a partir de então faz com que Satellites soe como um tributo não apenas à mãe do cantor, mas, também, aos seus irmãos. Essa constatação explica o grau de sentimentalismo e fragilidade existente na música, a tornando profundamente tocante.
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