Não existe discussão ou qualquer tipo de questionamento a respeito de seu gênero musical, aquele que tenta difundir. Afinal, a presente faixa, desde seu início imediato, fornece ao ouvinte uma atmosfera densamente dançante embebida em uma estrutura rítmica sintética padrão da house music.
Conseguindo ser sensual em seus feixes de embrionário groove, a faixa leva o ouvinte para uma estrutura em que a levada percussiva, em sua contribuição sintética, desfruta de grande capacidade de fluidez. Ainda assim, a faixa é marcada por uma linearidade estrutural tão maciça que chega a embriagar o ouvinte, o tornando mais um instrumento dessa experiência sensorial ainda em desenvolvimento.
No entanto, chega um momento em que Saxy Time acaba sendo agraciada por um beat irresistivelmente infeccioso que a torna ainda mais dançante. É nesse instante que a obra desfila, de maneira definitiva, sua origem estética tech house. Além disso, é nesse instante que Bobby Afterlife realiza um ato audacioso e autêntico. Ele funde, nessa atmosfera digitalizada, a contribuição orgânica do saxofone, dando à canção não apenas uma sensualidade realista, mas uma vivacidade enérgica e uma malemolência charmosa que remete, ainda que timidamente, à paisagem do jazz. É assim que uma simples canção eletrônica flerta com a vanguarda do experimentalismo.
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