Um sonar eletrônico e estridente já vem servindo como abre-alas da composição. Com sabor ácido e proporcionando a criação de uma atmosfera sintética, digitalizada, esse som vem sob uma silhueta ondulante que se torna capaz de não apenas entorpecer, mas de, inclusive, hipnotizar o ouvinte. O curioso, nesse ínterim, é perceber que o cenário garante para si uma energia penetrantemente sombria que acaba atiçando o interesse do ouvinte em saber o desenrolar dessa melodia inicial.
Preenchida por punchs pontuais que sugerem o início da construção de uma camada rítmica, a canção acaba se tornando fluida e amadurecendo, agora de maneira definitiva, o seu caráter alucinógeno. É nesse momento que, de uma forma inusitada, a obra acaba ficando com uma estética dançante que rememora, mesmo que vagamente, uma paisagem alemã noturna da virada dos anos 70 aos 80.
Construída por meio de uma receita equilibrada entre as doses das atmosferas dubstep e techno, Big Numbers consegue tirar o ouvinte de suas faculdades lúcidas e fazê-lo dançar de maneira alucinada no compasso rítmico-melódico proposto. Ainda que curiosamente lento e levemente amaciado, esse cenário eletrônico dá margens para que o espectador possa notar flertes para com a paisagem sci-fi, o que a torna um produto ainda mais intrigante por meio do comando de Richard Green.
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