A psicodelia é o elemento que, sem qualquer sinal de timidez, já grita logo a partir dos primeiros sonares da introdução. Promovendo agradáveis sensos de torpor e embriaguez, a sonoridade sintética e digitalizada tem, no beat, o único fator que tenta trazer o ouvinte de volta às suas condições de lucidez. Enquanto isso, porém, as vozes que são inseridas no preenchimento das linhas líricas acabam incentivando o caráter morfinesco da canção por conta de suas interpretações sussurrantes e brandas. No entanto, assim que um timbre grave e de toques azedos se destaca, Stones enfim evidencia seu roteiro verbal de cunho motivacional. Afinal, aqui se trata de resiliência e do contato com a força interior durante os embates com os desafios da vida.
No novo cenário, o que vem como atmosfera inicial é um sonar que evoca, no ouvinte, a sensação de estar imerso em uma ambiência oriental. Delicada, ondulante e capaz de promover um ligeiro incômodo por oferecer um senso de opacidade, a canção não demora em demonstrar sua base rítmica. Por meio de dois timbres, um de gravidade mais suave que o outro, a faixa destaca sua essência rap com sua cadência lírica sincopada e fluida ao mesmo tempo em que soa suavemente rígida. Com esse desenho estético, Bardo vem explorando o senso de pesar em meio às dores vindas de perdas pessoais. Por essa razão, a faixa traz uma dramaticidade tocante e latente.
Por meio dessas duas músicas, Roman Toyi conseguiu não apenas explorar, metaforicamente, o dia e a noite. A luz e a escuridão. A alegria e a tristeza. Ele conseguiu dialogar tanto através da autoconfiança e imponência em conseguir atravessar as intempéries da vida, como também na superação do pesar e das dores da despedida de entes queridos.
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