O som que se ouve é preciso, cru e, até mesmo, de certa forma intenso. De natureza crua e de volume gradativo, ele vai se evidenciando como uma espécie de marcha. Uma marcha de caráter curiosamente melancólica e intimista que ganha ainda mais corpo sensorial conforme o violão entra em cena fornecendo uma melodia calcada na paisagem estética do folk.
Agraciada por uma despropositada sensualidade rígida, a canção enfim entra em contato com seu primeiro verso, momento em que o enredo lírico ganha vida por meio de uma voz masculina de essência aguda e delicada. De posse de Sam Slatcher, ela insere uma sensorialidade densa e cheia de suspense e nebulosidade como uma forma de chamar a atenção do espectador para com uma temática pretendida de receber não um senso de urgência, mas de memória e, principalmente, respeito.
Tendo a guitarra como elemento que insere no contexto rítmico-melódico não apenas frescor, mas uma leveza um tanto entorpecente, Set The World On Track amadurece como uma obra de cunho histórico no que se refere ao enredo lírico. Contando a história dos pioneiros ferroviários da cidade inglesa de Shildon, a canção vem com o dever de honrar tais pessoas e mantê-las, de alguma forma, vivas na memória coletiva do município.
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