É com um coro de caráter introspectivo e penetrante que a faixa tem seu início declarado. Não chega a ser definitivamente algo de essência fantasmagórica, mas é um fato que a união de vozes soa como o som da transcendência ou mesmo de outra dimensão. Chegando a parecer até mesmo constantes e insistentes zumbidos, I é como a significância máxima de experimentalismo e de vanguarda. Afinal, essa é uma faixa em que as várias vozes engolem qualquer tentativa instrumental que queira aparecer na atmosfera.
O sonar ácido e pipocante do teclado faz a deixa tanto da melodia quanto da harmonia conforme desenha os primeiros instantes sonoros desse novo ambiente. Capturando essências lúdicas graças ao toque tilintante do xilofone, o qual se sobressai perante a insistente linear desenvoltura do teclado, Drawing se desenvolve perante uma essência onírica tão profunda que faz com que o espectador se hipnotize em meio ao seu próprio universo inconsciente e fantasioso dos sonhos. Crescendo em harmonia com a entrada de outro som sintético brando e levemente sujo, a canção é abraçada por um senso de veludo que confere doses singelas de proteção e aconchego.
Senselessness, desde seu despertar, já se torna uma música marcante. Afinal, ela é regida por uma levada rítmica acústica e repicada, a qual fornece uma noção de movimento um tanto excêntrica de forma a beirar até mesmo com a paisagem do rap. Surpreendentemente, o que se segue é a entrada de um baixo lexicalmente distinto por trazer à canção um groove completamente bojudo e intensamente encorpado. Quando duas camadas de teclado preenchem a esfera harmônica, a faixa, finalmente, anuncia sua essência jazz.
Short Experiences in Eternity, Pt. 2 é, sem qualquer chance de contestação, um álbum experimental. Instrumental em sua máxima essência, ele é um produto marcado pelos diversos testes de texturas e sons no decorrer de suas nove faixas. Por meio delas, ele explora desde o delicado ao encorpado.
Apesar de suas três primeiras obras terem tido destaque, a dramático-melancólica An Than It Ceases, com seu solo penetrante de piano, também merece a devida atenção. É assim que o Akartis busca se comunicar com sua audiência em um nível profundo.
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