Seu início já nasce marcado por uma levada rítmica presente e consistente proveniente através de uma bateria que se movimenta de maneira suavemente sensual, mas com curiosos traços de rigidez. Junto dela, uma cama de sonoridade adocicadamente sintética é introduzida pelo sintetizador de maneira a criar certo grau de delicadeza em tal amanhecer.
De forma interessante e até mesmo audaciosa, a canção entra em seu primeiro verso a partir de uma junção de vocais que soam angustiantes e caóticos, como a perfeita representação de dissincronia. Destacada por uma voz masculina de caráter doce, essa conjuntura sensitiva ganha força a partir da interpretação lírica assumida pelo vocalista, o qual encarna graus de desespero facilmente capturados pelo espectador.
Entre guitarras uivantes, um baixo sisudo e uma bateria de caráter levemente rígido, a canção, surpreendentemente, consegue, conforme vai evoluindo em sua narrativa, ofertar experimentos sensuais. São essas atitudes que amolecem a atmosfera, mas que não escondem sua energia entorpecente, algo ressaltado, principalmente, no refrão.
É com tal receita conjuntural que o DAAY faz de Should I Lie uma canção que explora os limites éticos da mentira, enquanto tenta capturar os sentimentos inefáveis associados ao cancelamento da verdade. Dessa forma, a canção se torna um importante produto que leva o ouvinte a refletir sobre sua própria índole e sobre o comportamento da sociedade.
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