Depois de um grave acidente sofrido, o músico inglês Pete Barnes mergulhou dentro do seu próprio interior, e lá tirou a inspiração para compor as doze músicas deste álbum. “Circles” é o segundo lançamento do projeto Thistle Sifter, que Barnes criou para abrigar as suas ideias de som ambiente e pós – punk. Este novo lançamento possui doze sons e tem o propósito de deixar você maravilhado com tanta estética sonora, melodia doce e alguns andamentos mais avançados. É um tipo de música que faz projeção à pureza que existe no espírito. Recomenda-se escutá-lo com fones de ouvido, para a viagem ser ainda mais interessante.
Além do formato digital, o álbum “Circles” está disponível em vinil a quem preferir possuí-lo em um formato mais substancial. O que tem representado aqui são as várias facetas que Barnes teve que cumprir e vencer, nos últimos anos devido às limitações adquiridas em seu acidente. Todo o drama, toda a luta e superação ganharam identidades através dos climas inseridos no álbum. Não é difícil perceber isso ao escutar, por exemplo, a harmonia transcendental de “Forlorn”, que é capaz de nos tirar de um estado de inércia às lágrimas com facilidade.
Muitas execuções existentes aqui, tais como a mencionada anteriormente, são compostas por introduções que vão ampliando a sua área sonora vagarosamente. Como uma onda hipnótica, esse recurso nos proporciona um estado de relaxamento profundo. Gradativamente, peças como “Forgive Them, For They Know Not What They Do” também são beneficiadas por esse efeito, mas esta, em especial, possui um “estalar de dedos” que nos força abrir os olhos rapidamente devido ao seu fator surpresa. Mudanças bruscas assim nos desperta para um novo olhar e uma nova reflexão onde a vida muitas vezes nos oferece o afago, mas também a dor.
Nesta obra, o artista libera as suas emoções de forma tão pura e profunda, que parece entregar a nós com as próprias mãos, como se fosse algo bem material. A inclusão de elementos convencionais da música como bateria, baixo e guitarra é feita de forma tão lapidada, que seus timbres se confundem com a atmosfera criada pelos sintetizadores. Desse jeito, foram compostas as enigmáticas “Dormant State” e “No Sense Of Place”, duas das faixas mais progressivas do disco. Se o objetivo dessa obra foi alcançado por Barnes, só ele pode saber, mas que esse trabalho atingiu fundo a consciência e sentimento do ouvinte, isso ocorreu.
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