O piano surge delicado por meio de suas notas graves e duplas preenchendo os primeiros sinais de melodia da introdução. Junto a ele, uma voz feminina de timbre grave assume seu posto frente ao microfone. Eis Jay Adana ocupando as linhas líricas sob uma interpretação lírica não apenas gentil, mas macia, educada e branda, de forma a soar quase como uma cantiga de ninar.
No entanto, conforme se desenvolve, Sleepyhead vai tomando contornos curiosamente estimulantes e enérgicos, ainda que embebido em um minimalismo estético generalizado. Graças à evolução da interpretação verbal assumida por Jay, que, agora, evidencia sua escola R&B, o cenário se transforma não em um incentivo para o sono, mas, sim, como uma educada e gentil motivação para que o indivíduo, com a chegada do amanhecer, abra os olhos, saia da cama e vá viver o dia da melhor maneira.