A bateria surge rompendo o silêncio com uma levada proferida de forma rígida, mas que, curiosamente, consegue comunicar a existência de uma essência mais amaciada. Se tornando delicada e aveludadamente swingada, ela passa a servir de base rítmica para um ambiente sonoro delicado, almofadado e solar. Com o auxílio de uma guitarra sensual e da estridência típica do trompete unida às igualmente estridulantes contribuições do saxofone e do trombone, a canção passa a transpirar o veludo de todas as suas arestas sonoras.
É nesse momento em que ocorre a entrada do vocal, o qual já vem inserindo as linhas líricas. Porém, o timbre que se ouve causa certo grau de frisson por trazer, consigo, uma familiaridade estética e pronunciante em relação àquele de Janis Joplin. É Meredith Louise transformando, com doçura, a ambiência de Stay Open.
Por meio de sua contribuição vocal, a cantora não deixa dúvidas no pensamento intuitivo de que a canção consiste, sim, em uma expoente da escola rítmico-melódica do soul. Conseguindo fazer seu timbre ressoar aberto, mas sem perder a suavidade, Meredith passa a flutuar pela sonoridade a partir do auxílio vindo de backing vocals igualmente delicados, lhe oferecendo sustentação. É assim que Stay Open se matura com um corpo sonoro agradavelmente sensual em sua generosidade sonoramente aconchegante e reconfortante.
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