O céu é embebido em uma tonalidade cinza tão densa que chega a ser palpável. Sua densidade chega a ser lancinante. Ainda que observado pelo lado de dentro da janela entreaberta do quarto, tal ligeiro distanciamento não incentiva a aquisição dos sensos de segurança e proteção. O que dele se extrai é somente insegurança e temor.
Por meio da guitarra ecoante em seus curtos e espaçados riffs, a canção desfila uma dramaturgia visceral. Uma espécie de hipersensibilidade densa e melancólica que, surpreendentemente, é enaltecida pela maneira como o baixo, a partir de suas notas solitárias em tons graves, ressoa no ambiente como trovões rompendo com o silêncio entorpecente.
Nascendo definitivamente com a entrada do vocal, a canção, também por intermédio da base rítmica que, a partir da bateria, fornece uma maciez que funciona como uma morfina agindo tanto para conter as dores física, mental e emocional, matura seu estado lancinante. Com seu tom grave, o australiano Sam Lily faz da obra uma canção tocante, dramática e intensa.
Transformando o enredo melódico em uma cama para um enredo reflexivo e cabível para o momento atual, Lily faz de Stay Sad uma música que sugere a união pela dor de forma que, conforme ocorre a junção de pessoas com as mesmas angústias, tais agonias possam ser cessadas de alguma forma. Bluesada, é assim que a canção fala de amor e perda em tempos de guerra.
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