Ainda que o volume de equalização e mixagem estejam, juntos, ofertando uma audição final bastante baixa, a canção, desde seu início imediato, evidencia certa nuance de intensidade favorecida, principalmente, pela cadência rítmica ofertada pela bateria. Entre gritos de ordem monossilábicos pronunciados por uma voz masculina de timbre adocicado e de toques agradavelmente ácidos vindos de John Deering, a obra acaba evidenciando uma conjuntura rítmico-melódia minimamente delicada que flerta com a roupagem indie rock.
Através de certo grau de minimalismo estético e estrutural, a canção não permite que o ouvinte deixe escapar a percepção sensitiva de uma camada harmônica preenchendo os espaços restantes entre a melodia e o ritmo. Calcado em uma sonoridade adocicadamente ácida vindo do teclado em sua reprodução do hammond, tal escopo harmonioso dá à obra uma delicadeza suavemente floral, mas que não resiste por muito tempo na atmosfera conjuntural.
Isso porque, quanto mais evolui, a música vai arregimentando uma postura imponente que desvia o olhar sensitivo do indie rock e faz com que a audiência perceba se tratar de um flerte para com a sonoridade punk. É também nesse aspecto que Strip Mall Jesus faz com que o público identifique uma similaridade entre a pronúncia e o estilo de interpretação lírica de Deering e Eddie Vedder. Com esse arranjo, a obra consegue soar imponente ao mesmo tempo que harmônica e minimamente melodiosa em sua linearidade sonora.
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