Ela não tem um início gradativo. Não vem na forma singela, leve. Sua introdução, ao contrário, já fornece ao ouvinte um instrumental forte, imponente e, acima de tudo, maduro. Áspero e sujo em sua essência post-grunge, tal amanhecer vem com atitude e uma autoconfiança que transcende os limites do som.
Com base sonora estridente ao ponto de flertar com a temática do stoner rock, a obra flui para um primeiro verso com um frescor interessante em sua tomada curiosamente melancólica. Tendo o timbre vocal do cantor como o elemento crucial a incentivar tal senso, a canção tem na união entre bateria e baixo o fator que abrange a alma sensitivo-sonora do escopo melódico. Afinal, nela existe acidez, precisão e pressão.
Fluindo por entre surpreendentes frases rítmicas calcadas em uma estrutura punkeada, reforçando aquela atitude imponente identificada durante a introdução, Sundowner passa a flertar com uma temática pop punk ao estilo Green Day em sua era Dookie. Nesse ínterim, a faixa evidencia e escancara a origem de seu enredo lírico, o identificando como uma espécie de veneração ao verão, ao Sol e à viagem no sentido de descobertas, descompromisso e despreocupação. Não é à toa que, nas mãos do Plastic Tofu, a faixa transpira energia e vivacidade com traços de contágio a ponto de torná-la acessível a todos os públicos.
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