Susy K é uma cantora que teve sua origem musical na ópera, mas se encontrou na música Soul. Ela cedeu uma entrevista para a Roadie Music onde ela fala sobre seus variados projetos e seu novo EP “Hear It From Her”.
1) Olá, Susy! Obrigada por nos conceder essa entrevista! Para começar, conta para gente um pouco sobre como você começou na música?
Olá! Obrigada por me receber! Eu comecei na música pelos meus pais, eles cantavam ópera e música sempre esteve ao meu redor enquanto eu e meus irmãos crescíamos, então não conseguimos escapar mesmo se quiséssemos. Eu comecei com música clássica quando eu era bem nova, cantando e aprendendo a tocar piano e violino. Então eu passei para o teatro musical até encontrar meu verdadeiro amor que é o Soul Music com 10/11 anos.
2) Suas canções contam com diferentes estilos misturados. Quais são suas principais influências?
Quando se fala de composição, eu tenho algumas influências em estilos diferentes. Com certeza eu sou inspirada pelo clássico soul (exemplo: Stevie Wonder, Aretha Franklin, Chaka Khan), mas eu também sou fortemente inspirada no neo soul como Jill Scott, Erykah Badu, SWV, D’Angelo. Eu também me inspiro na melodia e na letra do hip-hop como Missy Elliott, Eminem, Outkast. E sou uma grande fã do jazz de Ella Fitzgerald, Nat King Cole, Robert Glasper, Gretchen Parlato. Tem muitos artistar ingleses de soul e jazz que me influenciam chamado Mica Paris, Jamiroquai, Lianne La Havas and Blue Lab Beats. Eu poderia ficar horas falando e nunca parar, são tantas influências.
3) Você está lançando seu novo single “Hear It From Her” que tem uma interessante história na letra. Como foi o processo de composição do single?
Escrevi essa canção em 2006 enquanto eu estava estudando e aconteceu de ser bem similar como eu escrevo a maioria das minhas músicas. Eu criei os acordes primeiro e então improvisei ideias de letras e melodias juntas. Nesse momento, eu estava trabalhando em um projeto procurando minha conexão pessoal entre ópera e o soul, então as letras se relacionam com essa cena de ópera chamada “Madame Butterfly” de Puccini, minha ópera favorita. É uma das canções que eu escrevi baseado numa história que não é diretamente sobre a minha vida, mas quando as pessoas me ouvirem cantando, eles acreditaram que é minha história. Esse é o poder de uma canção bem escrita e a emoção que eu consigo trazer para ela.
4) Esse single tem a colaboração de Dave Browning. Como foi trabalhar com ele e no que ele influenciou na canção?
Eu conheço o Dave há anos, nós estudamos e trabalhamos juntos quando eu morava em Londres. E nós não temos apenas gostos similares na música, nós somos realmente bons amigos. Sobre a canção, nós tocamos juntos várias vezes, então gravar pareceu um processo natural. Ele é um músico que toca praticamente todos os instrumentos nessa faixa e ele a produziu de uma forma que eu gostei muito. Foi divertido trabalhar para criar a melhor versão dessa música com ele e nosso amigo em comum e engenheiro de som talentoso Nik Kovacevic na Brother Sun Sister Moon Productions.
5) Você está para lançar seu EP “Hear It From Her”. Como foi o processo de produção do álbum e o que podemos esperar dele?
Por causa da pandemia, a produção demorou mais do que era previsto. No total, foram 18 meses para completar o EP e mais ou menos 5 meses que não pudemos trabalhar por causa das restrições. Dave e Nik estão em Londres, então eu tive que viajar para lá da Escócia para gravar quase tudo no estúdio. Para piorar, eu queria que o EP tivesse o máximo de instrumentos possíveis, então o tempo de estúdio era necessário para a bateria, vocais e instrumentos de sopro. Apesar dos desafios que tivemos, valeu a pena. Os sons estão fantásticos e eu estou feliz e orgulhosa de finalmente estar compartilhando com o mundo. Se preparem para mais sonoridades soul sobre a minha jornada de cura durante os últimos anos incluindo amor-próprio, luto, autoexpressão e empoderamento.
6) Durante a pandemia, você lançou músicas com o seu duo eletrônico chamado Velas7. Como foi esse tempo de isolamento para você e ele teve alguma influência nas suas canções?
Criar e lançar músicas com o Velas7 foi um real salva-vidas durante a pandemia. Junto com o meu Ep, ele me deu algo positivo para trabalhar apesar das coisas estarem mais desafiadoras em 2020 e 2021. Meu maior desafio foi aprimorar meu estúdio em casa para trabalhar com os outros sem sair. Eu sempre contei com outros estúdios e mesmo que fosse algo que eu sabia que precisa melhorar, eu continuava postergando. Uma vez que tudo estava certo, as coisas começaram a ficar mais fáceis para mim e McIntyre (a outra parte de Velas7). Eu não vejo a hora de fazer mais músicas com ele de novo.
7) E agora que os shows estão liberados, quais suas expectativas para performances ao vivo?
Estou muito feliz que os shows ao vivo voltaram, na Escócio ainda há mais restrições que na Inglaterra então está levando mais tempo para os shows serem mais seguros. Eu já toquei músicas do meu Ep e Velas7 em Edimburgo como o Leith Festival, Krystal’s Kandy Store e Leith Arches. Então estou fazendo mais show por aqui. Inglaterra em breve.
8) Você tem sua carreira solo, o duo e muitos outros projetos. Como você consegue lidar com tudo isso? E conta um pouco mais pra gente sobre esses seus trabalhos.
Com certeza é bem desafiador, especialmente porque eu também trabalho como professora de música e vocal coach. Sendo uma artista independente e autônoma, eu sou responsável por tudo. Do marketing, divulgação entre outras coisas que o trabalho necessita. Claro que eu tenho grandes colegas e amigos que me apoiam e me ajudam como podem, tudo custa tempo e dinheiro. Atualmente, estou mais focada no meu EP e nos shows ao vivo, então os outros projetos estão em pausa.
9) A arte do seu single tem uma bela ilustração. O que você pode nos dizer sobre essa arte? E como você vê a importância do visual na hora de divulgar uma canção?
Eu trabalhei na arte com outro artista escocês, Anna Carlyle. Eu a conheço particamente minha vida toda e ela é muito talentosa, então eu estava feliz de trabalhar com ela. Também, eu posso ser musical, mas minhas habilidades artísticas são fracas, então ter alguém que traga as ideias a vida é tudo. Nós usamos fotos de ensaios feitos em casa que eu fiz durante a pandemia para a minha série online “Susy K Sings” e tentei diferentes ideias de design. No final, nós trabalhamos com o poder artístico de Anna e levou um tempo para cada detalhe estar do jeito que eu queria. Visual é uma parte importante para promover um canção. Muitas pessoas verão a arte antes mesmo de ouvir a canção, então captar a atenção dessas pessoas e mostrar a sua estética, vibe e influências artísticas é essencial.
10) Você divide a sua carreira entre a Escócia e a Inglaterra. Qual as diferenças você vê nesses dois lugares em relação a público e a valorização de novos artistas.
Eu honestamente amo os dois e eu realmente sentia falta de estar em Londres durante a pandemia (a cidade que eu morei e trabalhei por oito anos). Entretanto, eu estava mais envolvida na cena local em Edimburgo durante esse tempo então foi definitivamente um lado bom. Inglaterra é muito maior que a Escócia, por essa razão, tem mais variedade de oportunidades indo para o Sul e mais diversidade em termos de estilos musicais que são ativamente apoiadores lá. Dizendo isso, Escócia é mais rica em cultura e tem muito apoio lá também, só é um pouco menor. Eu posso dizer que neo soul é um nicho na Escócia também, o que faz o meu estilo chamar mais atenção em comparação com a Inglaterra. Agora que a pandemia está acabando, eu espero que as oportunidades surjam nos dois lugares.
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