É verdade que existem respingos de uma acidez presente na atmosfera. Ainda assim, elas não são suficientes para delimitar, com precisão, a textura e a energia que emana desse ar crepuscular da manhã. Afinal, logo em seguida outros tipos de som passam a reger a paisagem. Mesclando entre agudez e dulçor, esses novos toques dão ao alvorecer uma delicadeza bastante interessante.
Gradativamente crescente, mas sem o intuito de fazer o sangue do espectador ferver como em um súbito, a canção vai, calmamente, educando o ouvinte em relação à sua própria intenção para com a melodia em processo de construção. Macia e aromática, ainda que completamente sintética, ela já traz consigo uma identidade EDM indiscutível.
Combinando toques estridentes que beiram o chiptune como um fator para levantar a harmonia, a canção vai explorando seu lado dançante, conforme se desenvolve. Contagiante, assim que encontra seu ápice melódico-narrativo ela passa a se enveredar por um terreno, de fato, estridente, mas que auxilia na efervescência enérgica do espectador.
De beat bem marcado, que é capaz de entregar à atmosfera um caráter curiosamente sensual, Overload se mostra uma composição instrumental que consegue transformar a noite em dia. Com essa nova faixa, Tate Sedar parece querer estimular a dança e, principalmente, esquentar e ampliar a energia do espectador.
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