É espantoso perceber o quanto o violino, um instrumento estereotipado em ser unicamente classicista, consegue ser versátil. Aqui, além de ser fresco e exalar aromas adocicadamente florais, ele consegue, inclusive, ser sensual. Trazendo consigo leves brisas de uma paisagem bucólica, ele é a base, a vitrine de uma melodia contagiantemente country.
É assim que Tattoos, Blues And Nothing Left To Lose se apresenta ao ouvinte, com uma sensualidade delicada, mas atraente em sua simplicidade que é completa por linhas líricas narradas por um timbre grave e levemente nasal. Derek Lee Goodreid consegue fazer, a partir do enredo apresentado, fazer com que o ouvinte se veja em uma estrada de terra munido apenas de uma mochila, da infinitude do horizonte, do senso desmedido de liberdade e de uma generosa necessidade de recomeço.
Não é difícil que o ouvinte se sinta imerso nos sentimentos de melancolia e nostalgia, revivendo a sensação de insegurança por estar saindo do lar dos pais e, principalmente, daquela vizinhança pacata de uma típica cidade interiorana. Apesar de assustar, o desconhecido é nutrido pela obrigação já mencionada de recomeço, de uma nova chance à vida e ao destino.
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