A maneira como os golpes da bateria soam já dá ao ouvinte algumas percepções a respeito da música que se inicia. Conforme a instrumentação vai evoluindo de forma delicada, tais ideias vão amadurecendo, deixando em tom factual que a new wave e uma leve brisa de synth-pop estejam imersas na embrionária receita melódica.
Doce e contagiantemente entorpecente em sua essência sintética, a obra logo entra em um primeiro verso cuja atmosfera ganha contornos de uma espécie de rock alternativo setentista. Se assemelhando à sonoridade do The Smiths, em certa medida, a música passa a ter seu escopo lírico moldado por uma voz masculina de timbre aveludadamente grave que sugere ligeiras noções de conforto estrutural.
O curioso é notar que, ainda que exista, inclusive, menções tímidas de um post-punk em meio à sua atmosfera sonora, a canção consegue transpirar uma identidade fluidamente dançante. Uma essência dançante que caminha também por entre ambiências que soam sombrias e ligeiramente temerosas, enquanto faz de Telekinetic uma canção que fala sobre tomar o controle do medo alheio e manifestar os sonhos através da força de vontade. Tudo rodeado por uma cenografia cinemática que destaca as influências dos filmes de horror oitentista sob o Twice Dark.
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