O baixo vem firme com seu timbre nauseante e com uma performance levemente grave em meio à sua movimentação amaciada. Acompanhado por uma bateria de construção rítmica igualmente consistente, o instrumento é capaz de carregar, sozinho, a essência fresca, mas majoritariamente melancólica e introspectiva ofertada pela canção durante sua introdução.
Surpreendendo, portanto, em trazer o baixo como elemento melódico ao invés de mantê-lo na construção de uma base melódica coesa e madura, a canção rapidamente leva o ouvinte para o seu primeiro verso. Nele, um timbre masculino surge introduzindo uma interpretação vocal ecoante e de cunho curiosamente introspectivo, de maneira a parecer a perfeita representação da voz do inconsciente no auge de um monólogo. É aí que ambiências indie rocks se unem com o post-punk e tomadas de um embrionário rock alternativo ao estilo anos 70.
No momento em que a guitarra entra em cena pintando a atmosfera sonora, Tenis Mojados adquire, finalmente, um caráter propriamente melódico que traz consigo uma espécie de veludo delicado capaz de ser recebido de maneira entorpecente pelo espectador. Nesse ínterim, o instrumento acaba auxiliando ainda mais no processo da construção de uma atmosfera intimista e introspectiva que circunda a faixa. Uma obra que, de fato, representa o ponto alto da viagem repleta de introspecção vivenciado pelo Sitko.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/1EOC9r9Y8VW8GhUOFpTvlh
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCcZ1uhF6ARLsBbyNLr-Tmng
Instagram: https://www.instagram.com/sitkomusic