É como estar caminhando por um ambiente completamente ausente de luz. Um completo limbo. Um lugar em que o vento emite um sonar urrante e até mesmo assombroso. Causando percepções sensoriais que vão de vulnerabilidade a insegurança, a introdução deixa o ouvinte à mercê de sua própria autoconfiança.
Felizmente, essa impressão de temor e assombro dá lugar a algo que incita o alívio. Afinal, a sonoridade se torna branda, mansa e bastante melódica em meio à sua suavidade estética. Graças à combinação entre a leveza da guitarra com o veludo do teclado e o frescor adocicado fornecido pela voz afinada do vocalista, que rapidamente entra em cena dando vida ao enredo lírico, a canção tem seu ecossistema completamente transformado.
Explorando a combinação de sonoridades provenientes tanto do fender rhodes quanto do wurlitzer no que tange a construção do espectro harmônico, a obra tem a capacidade de promover o torpor. Flertando com um soul clássico, a faixa vai garantindo para si certo grau de fluidez amaciada conforme a bateria, através do sonar seco de seu chimbal, se apossa da base rítmica para fornecer a percepção de movimento.
Floral e igualmente sensual, quanto mais evolui, mais a obra demonstra familiaridades estéticas para com Freedom, clássica canção assinada por George Michael. Com base então nesse desenho estrutural, That Girl é onde o Limitless conta a história de um amor idealizado. Um evento revelado através de uma garota identificada como o símbolo do amor eterno.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/5JLZKSbyy1yhLC18kTXi6l
