The Dirt Farmer | Black Mountain Tabernacle lança EP sobre o estado antiético do sistema capitalista

É interessante e curioso. Afinal, mesmo que a afinação não seja a mesma, a forma como a guitarra se movimenta no despertar do abre-alas de The Dirt Farmer faz lembrar o desenho feito por Deryck Whibley no despertar de Into Deep, single do Sum 41. Fora essa ligeira assimilação, o instrumento faz com que o presente amanhecer seja abraçado por uma paisagem fresca, mas dominada por um curioso senso melancólico. Com a companhia de uma bateria precisa e marcante, de forma a destacar a sua presença, o contexto rítmico ganha mais consistência, conforme Dirt Farmer vai evidenciando suas silhuetas folks dramáticas. 

Pai e filho estão sentados na escada da fachada da casa. Não importa o frio que faz perante a semi-nudez de abrigo, mas aquele momento é necessário. Com a mão nos ombros, um diálogo sofrido, mas travestido de força e perseverança como forma de esconder o medo e a insegurança, é iniciado. De olhos atentos, o filho foca nas gesticulações e intonações de seu progenitor para não perder um detalhe sequer daquele monólogo. Sim, ele precisa ser forte. Para o quê, ainda seria descoberto. Esse curto cenário, que mistura tristeza, paternidade e confraternidade, pode ser identificado por meio dos versos introdutórios em sua forma doce e melancólica, mas sem qualquer sinal de lágrimas. Soando crua em sua sonoridade, Goldrush é como a construção do sonho americano: liberdade, fraternidade e independência. Tudo experimentado sob um véu esteticamente minimalista e tocante.

A guitarra base surge em um riff sisudo. Enquanto isso, a solo alça voos aveludados em sua leve estridência sensual. Misturando pitadas de blues na melodia ainda em processo de construção, os instrumentos, combinados com uma bateria de contribuição minimalista a ponto de despejar o nível ideal de dramaticidade ao ambiente, formam o escopo rítmico-melódico da canção. Blackday surge, então, na forma de uma marcha fúnebre que narra a morte de um indivíduo em decorrência da fome, o descaso do governo em relação a esse problema estrutural e, consequentemente, a negação ao oferecimento de auxílio àqueles mais necessitados. 

A guitarra, aqui, surge fresca, mas ainda emaranhada por um profundo senso de melancolia incapaz de libertar seus hospedeiros. Surpreendentemente, dentro de instantes, a canção explode em um misto de blues e hard rock de maneira a soar melódico, sensual, ardente e, interessantemente, dramaticamente solar. Densa e tensa na forma como os instrumentos se combinam nos versos de ar, Billy Ray surge como uma canção cheia de turning points melodicamente narrativos que, com direito até mesmo à presença da guitarra slide, a configuram como a faixa mais forte e marcante de The Dirt Farmer. 

The Dirt Farmer é um EP que surpreende pela forma ousada, consciente, madura e, principalmente, crítica, com que o Black Mountain Tabernacle exibe quatro paisagens sociais desfavoráveis associadas ao sistema capitalista antiético.

Tendo esse como mote de seus enredos líricos, o EP segue uma veia conceitual através de sonoridades densas, tensas, melancólicas e dramáticas. Uma forma quase desesperada para chamar a atenção do ouvinte para o lado de fora da vitrine perfeita vendida pelos governos associados ao Tio Sam. A vitrine que mostra a beleza, mas nega e esconde as verdadeiras necessidades.

Mais informações:

Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/2a6z3ccKLmLFOLovB3cZEn

Instagram: https://www.instagram.com/blackmountaintabernacle?igshid=ZDdkNTZiNTM%3D

discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator

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