Ao longe, um indivíduo é visto em pose de andarilho caminhando pelas calçadas do centro da cidade abraçadas por um céu embebido em seu tom noturno. A solidão não o apavora, mas é a sua máxima condição no momento. Para ele, basta a companhia do vento, do uivo dos cães e do tilintar das unhas dos gatos raspando pelo concreto. Nesse instante é que se pode perceber o modo de vida do protagonista: entorpecente em seu automático vaivém entre alucinação e lucidez.
Essa paisagem, mesmo que imagética, é engrandecida por uma sonoridade emergente que se firma de maneira atmosférica e, acima de tudo, etérea. Não é difícil que, a partir de tal constatação, o ouvinte consiga notar semelhanças estéticas para com as paisagens exploradas por Enya em suas respectivas composições. E o interessante é perceber que a forma como Elle interpreta a linha lírica com seu timbre agudo e gélido contribui para tal afirmação.
Fresca em sua frieza quase insensível, mas de visível teor embriagante, Elle ainda é, surpreendentemente, capaz de explorar uma espécie de sensualidade barroca que flerta com a atmosfera de canções assinadas por Lana Del Rey. Inesperadamente, porém, Hero leva o ouvinte para um refrão cenograficamente dramático no sentido mais teatral possível em virtude do escopo rítmico que tempera a narrativa. Com a presença do tímpano e seu sonar característico, além do deslizar da harpa, a obra garante, para si, um teor épico marcante.
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