A guitarra surge em um riff azedo de postura cambaleante. Tal como se estivesse sob efeito de excesso de álcool em seu sangue, o instrumento vem desajeitado, mole, quase inconsciente. Enquanto isso, a bateria surge como uma companhia de apoio para sustentar o corpo do instrumento alcoolizado a partir de sua presença lúcida em forma de blues. Completando esse escopo, o baixo surge trotante em seu groove seco e encorpado ao lado de um vocal de timbre ácido vindo de Paul Cafcae.
De essência curiosamente macia, a canção é capaz de desenhar uma ambiência bucólica contagiante, enquanto traz todos os instrumentos com destaques adequadamente divididos. Fazendo com que, portanto, não haja apenas um protagonista, a canção, sob sua impecável mixagem, a obra acaba oferecendo generosas doses de um swing sem qualquer menção propriamente sexual, apenas como forma de fornecer uma estrutura rítmico-melódica macia e cadenciada.
Misturando ligeiras influências do The Doors em sua arquitetura sonora, The Rider assume uma estrutura linear durante toda a sua execução. Isso faz com que, de certa forma, o enredo lírico seja o elemento a ter a função de atração do ouvinte, algo que funciona perfeitamente em virtude da forma fluida com que ele é apresentado.
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