É como se o ouvinte estivesse numa cúpula. Deitado. Sedado. Contudo, com uma breve consciência. Das janelas daquela sala branca, pálida e cheia de pessoas indo e vindo com seus jalecos igual e impecavelmente também brancos, as estrelas se mostram tão próximas que é possível serem tocadas. Enquanto a escuridão infinita do horizonte abraça aqueles corpos inertes, existe a textura da embriaguez e um eco lírico que soa como um personagem onipresente, a voz da mente falando com suas próprias marionetes.
Seguido por um diálogo entre uma voz orgânica e outra sintética, cujo assunto é a origem do universo, o álbum passa a transitar por sonares melódicos, mas ainda embebidos em tecnologia, uma tecnologia que oferece uma viagem, agora, perante o começo de tudo a partir da house music.
É então que, depois de abrir outra porta, o ouvinte se vê em um solo confortável ainda dentro de seu inconsciente. Através de traços raps, é possível, agora, degustar melhor o timbre agridoce de Shork que, aqui, passa a dialogar do luto, da culpa e da assimilação da solidão.
Deligado, introspectivo, reflexivo e socialmente analítico, The Universe não é apenas um passeio pelo inconsciente em meio a ambientes melódicos que vão do post-rock ao chiptune. É como uma autoanálise, um monólogo comunitário que discute a origem do ser humano, mas também suas falhas, seus desafios e o peso de suas autodefesas para não expressar suas inseguranças.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/58DhAYdTtCTMBIx0xk5sF4
Soundcloud: https://soundcloud.com/marksheridan
Bandcamp: https://shork.bandcamp.com/
Instagram: https://www.instagram.com/sheritron/
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