É interessante e até notável perceber a existência da delicadeza junto ao frescor e a uma espécie de swing encantadoramente latina transpirando da melodia executada, primeiramente, pelo violão. Com notas de um flamenco espanhol preenchendo as lacunas sensoriais de tal sonoridade inicial, é possível de se perceber um clima intimista e, portanto, introspectivo criado por essa mesma arquitetura conjuntural.
Com uma postura rebolante e quente, mas não provocante no sentido sexual da palavra, a canção vai se mostrando, cada vez mais, se tratar de uma obra unilateral e lexicalmente minimalista. Leve e enrijecendo sua base melódica sensual, a canção ainda consegue explorar um certo quê de despreocupação que amplifica sua sensibilidade perante o senso de brandura e até mesmo de maciez.
Linear em seu enredo melódico, a obra acaba se mostrando, em definitivo, um instrumental de apenas uma via. Uma composição em que o violão é o responsável pela harmonia, mas também pela melodia e pelo ritmo. Uma faixa em que o instrumento é, ao mesmo tempo, protagonista e coadjuvante. Uma música que mostra a versatilidade desse objeto perante a musicalidade de Fabio Cicala, que faz de The Words I Didn’t Say, um diálogo perante seu processo de crescimento espiritual e sua consequente jornada pelo autoconhecimento.
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