A excentricidade é um fator dominante desde o instante inicial imediato da obra. Graças ao dulçor ácido típico da gaita de fole, instrumento que denota grandes doses de tradição, a composição acaba, também, transpirando contornos de um folk bastante marcante e rígido em suas raízes. Ofertando, a partir daí, uma essência profundamente escocesa, a faixa é embebida em boas brisas de frescor ofertadas através da desenvoltura terna do violão.
Fazendo com que o escopo melódico transpire uma delicadeza contagiantemente entorpecente, o violão, quase que simultaneamente, passa a ser acompanhado por um violoncelo que, invariavelmente, transforma a atmosfera em um ambiente repleto de dramaticidade. Trazendo, a partir de então, uma melancolia pungente valsante, esse novo instrumento, felizmente, consegue manter o viés de fragilidade que tanto marca a composição.
Assim que o primeiro verso enfim se inicia, o ouvinte acaba facilmente se envolvendo com o enredo lírico. Colocado em cena inicialmente por uma voz masculina de timbre agridoce e sereno proveniente de Boo Hewerdine, ele prende a atenção do espectador, primeiramente, em virtude da interpretação lírica folclórica. Porém, o que salta aos ouvidos é o romantismo que transborda a significância das palavras proferidas.
Delicada e fragilmente pulsante graças as notas duplas do piano preenchendo o viés harmônico, a faixa traz consigo uma sensibilidade terna e tocante que contamina em demasia a experiência auditiva do espectador. Com Things You Find In Books, portanto, o duo Yvonne Lyon & Boo Hewerdine busca representar as vidas das pessoas residentes na costa escocesa, as quais estão eternizadas em cartas, fotografias, receitas e cartões postais descartados.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/7n4kdjJg94Q5HqDtFTHGiA
