O violão vem com uma estrutura melódica macia e fresca que possui, ainda, agradáveis e sutis toques de dulçor. Sob uma sonoridade que rememora aquela feita por Cássia Eller em Malandragem, single composto por Cazuza e Frejat, o instrumento vai logo sendo acompanhado por sonares cuidadosamente ácidos vindos do teclado que, ainda assim, sugerem um senso bem-vindo de suavidade.
Assim que o primeiro verso se inicia, a canção passa a receber novos elementos que auxiliam na composição de seu escopo rítmico-melódico. O baixo vem com um groove encorpado e com notas delicadamente estridentes. Já a bateria, mantém a maciez estética já muito difundida pelo violão. Contudo, é o tom de voz e a forma como Zarooni interpreta o lirismo que incute, na canção, doses ainda maiores de relaxamento e fluidez.
De energia irresistivelmente entorpecente, a canção mantém uma linearidade no que tange o volume de sua sonoridade que chega a surtir em um feito hipnótico, alucinógeno. Macia em sua essência absoluta, This Hour Has 48 Minutes tem, na guitarra, o único elemento quem, a partir de seu sonar agudo e levemente ácido, a oferecer uma textura capaz de romper com o veludo autoritário da melodia.
É assim que Zarooni convida o ouvinte a mergulhar por uma atmosfera melancólica e até mesmo sombria, morfinesca, que é oferecida pelo seu lirismo. Afinal, em This Hour Has 48 Minutes o cantor apresenta um personagem não apenas entristecido, mas desesperançoso, desmotivado para com a vida de forma a parecer buscar por um fim fácil e rápido a essa sensação de insignificância destruidora.
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