Trance | Near Death Experience apresenta aquilo que definiu como faixa-trilha sonora ao atordoamento nebuloso do verão

É a bateria o elemento responsável por puxar a introdução. Calcada em golpes simples, mas de extrema caracterização da roupagem clássica do rock n’ roll, ela, sob o comando de Josh Van Ness, já é capaz de sugerir um ambiente alegre, swingado e provocante. Rapidamente, nos últimos respiros introdutórios, Ian Whiteling entra em cena com uma guitarra acústica melodiosa e fresca.

Como primeiro passo do verso de abertura, o saxofone de Jack Dawkins não apenas deixa o ambiente solar, como também amplifica em demasia o caráter sensual da melodia. Junto a ele, Amar Grover se apropria da base sonora, enquanto faz dela um berço de provocação ao fazê-la mergulhar no campo do funk. Agora com um corpo maduro, regido pela união de vivacidade, swing e sonoridade, Trance tem suas camadas líricas enfim preenchidas por uma voz de timbre agradavelmente grave.

Vinda de Whiteling, que também passa a assumir o microfone, a canção é capaz de transportar o ouvinte à década de 60, nos primórdios do sucesso do funk. Ainda assim, Trance não é uma canção que se limita a apenas esse gênero musical. A partir do Near Death Experience, ela garantiu uma arquitetura capaz de fazê-la representar, também, a camada do ska. E é exatamente essa pluralidade que a torna contagiante e irresistível.

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