Um som agudo e sequencial vem trazendo uma textura orgânica ao fornecer a percepção do ato de fazer uma discagem telefônica. Isso se confirma quando o toque do aparelho se torna o protagonista dessa inicial melodia lo-fi e intimista. Quando Zac Kuzmanov pronuncia, com sua voz grave, “hey, darling, what you do?”, é que a canção tem, de fato, seu início confirmado.
O interessante, e até mesmo ousado, é perceber que, quem é responsável pelo enredo lírico é uma voz de timbre agudo, nasal e estridente que, apesar de ser natural, soa digitalmente editado. Vindo de Melanie Garside, ele acompanha a melodia conforme esta, por sua vez, vai assumindo silhuetas cada vez mais eletrônicas por meio de seu beat e de seu sonar sintético e levemente ácido.
De essência sombria e tenebrosa, Tsunamical propõe e oferece ao ouvinte uma mescla de disco music, dance music e detalhes sonoros provenientes da house music. Estruturalmente psicodélico em sua verve entorpecente e, também, alucinógena, a canção apresenta um refrão que tenta ser sereno a partir da inserção de uma slide guitar ligeiramente havaiana.
É dessa forma que o Moontwin escolheu para que Tsunamical abraçasse um lirismo que conjura a força do amor puro a tal ponto que o traz sem qualquer limitação. Seja ela temporal, ambiental ou associada ao âmbito físico, aqui, ela não existe. Afinal, o sentimento é algo inevitável que alcança, captura e prende todo o ser humano.
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