Ao mesmo tempo em que a canção exorta uma natureza eletrônica proveniente de sua respectiva estética forest, ela ainda é capaz de se embriagar em meio a um acentuado groove produzido pelo baixo na base melódica. Surtindo em um efeito irresistivelmente libidinoso, portanto, tal instrumento dá à introdução uma postura lexicalmente swingada e provocante.
Ao entrar em sua segunda divisão introdutória, a faixa dá passagem para que a guitarra, com seu riff suspirante, entre em cena promovendo um frescor interessantemente retro que captura a essência do rock brasileiro dos anos 80. Assim que o enredo lírico começa a tomar forma por meio de uma voz afinada em seu tom grave, a composição acaba assumindo uma face cínica, mas que é embebida em um swing ardente.
Com uma sonoridade rítmica acústica e uma energia entorpecente, Tune In, ao acessar seu refrão, acaba proporcionando a Lemon a presença de uma outra figura que a auxilia na construção sensorial do lirismo em desenvolvimento. Eis Cath Coffey que, com seu tom agridoce, proporciona a adesão de uma textura mais ácida ao senso amorfinante da música. É assim que o cantor apresenta o primeiro single de uma série de 12 composições a serem anunciadas ao longo de cada mês do ano.
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