O cenário externo é chuvoso, mas não regido por uma tempestade torrencial. As águas do céu acinzentado caem brandas umedecendo o gramado, causando uma atmosfera mista de melancolia e nostalgia. Apesar disso, a canção, surpreendentemente, é abraçada por um veludo que contagia e embriaga o ouvinte.
Imerso nesse conforto extasiante, o ouvinte se vê hipnotizado pelo dulçor, pela delicadeza e pela sensibilidade estética presentes em Unconditional, uma faixa imersa no campo melódico da soul music. Charmosa não apenas pela forma como o piano desenha suas frases singelas, mas, principalmente, pelos violinos que sobrevoam o espectro harmônico incutindo uma crescente sensitivo-sensorial, a canção acaba, aos poucos e educadamente, informando, a partir da base rítmica, que sua estrutura foi baseada na métrica do blues.
Pela sua ambiência estética, é interessante notar que Unconditional é uma canção que, facilmente, poderia ser utilizada como parte do time da trilha sonora de longa-metragens como a franquia James Bond. Com direito a um bem-recebido solo de saxofone, enquanto os violinos vão tornando serena e delicada o background melódico, a canção transcende o veludo em sua máxima essência e prova inserção de Eduard Shyfrin entre os melhores nomes do blues rock. Tudo a partir dessa que é uma deliciosa e charmosa faixa que explora a sutileza e a sensibilidade através de uma melodia penetrante.
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