O cenário é intimidador, claustrofóbico, penumbroso. Entre sons trovejantes, o ouvinte se vê diante de um interrogatório dentro de uma penitenciária. Uma súbita luta é travada e o presidiário consegue escapar de seu cárcere. Quando este é visto correndo nas ruas escuras pela noite, o piano surge doce entregando um pouco de alento e delicadeza à tensão narrativa já estabelecida.
Entre cenários de uma memória já passada, o espectador é levado para um ambiente familiar, mas já cheio de desarmonias parentais evidentes não pela agressão, mas pelo comportamento definido pelo distanciamento emocional. A partir daí, o videoclipe fornece mesclas de cenas em preto e branco de DPB proferindo os versos líricos e takes coloridos que mostram a interação do protagonista para com seus familiares.
Quando a canção assume uma crescente a partir do pré-refrão, a harmonia surpreende por mostrar que o que era inicialmente um restrito rap passou a dialogar com uma batida mais pop e uma guitarra elétrica que, juntos, transformaram a melodia em um pop rock contagiante, fresco e convidativo.
Pelo compasso do piano ao fundo, a energia que exala de Undefeated 3.0 se assemelha àquela de See You Again, single colaborativo entre Wiz Khalifa e Charlie Puth. Dirigido por Ricky Buchell, o videoclipe da faixa vem com a missão tocante de instigar, no espectador-ouvinte, um instinto de sobrevivência, de conexão com a força interior e de recusa de deixar os obstáculos da vida o derrubarem.
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