É como estar em pleno êxtase. Tal como se fosse possível experimentar a consciência dentro do inconsciente, o ouvinte pode se sentir leve. Tão leve que seu corpo parece perder o peso que lhe cabe e lhe dando a sensação de flutuar. É aí que o mundo se abre. É aí que a maravilha acontece. Incitando o máximo de sensações, das quais vão livre e deliberadamente do veludo ao torpor, o espectador se percebe na plenitude de um conforto aconchegantemente indecifrável e enigmático, mas, ainda assim, prazeroso. Delicada, a faixa-título se apresenta, portanto, como um material mântrico, relaxante, introspectivo e meditativo.
Diferentemente de sua antecessora, a nova faixa tem seu início baseado em uma sonoridade curiosamente gélida, mas, ainda assim, convidativa em seu senso introspectivo. De caráter hipnotizante, o novo material se vale por ondulações digitais em seu som estridente que oferece um interessante contraponto à base aveludada que vai se criando. Evoluindo para um ambiente delicado e de sensos curiosamente nostálgicos e melancólicos, Moon Knob promove o reviver de memórias, o se emocionar com o que já aconteceu e o lamentar com o que não mais se tem.
É de uma maneira delicada, introspectiva, espirituosa e entorpecente que Venus se comunica com o ouvinte. Delicado, macio e aconchegante, ele consiste em um material de sensações, de sensibilidades. De emoções. Aqui, o atemporal ganha contornos de saudade e lamentação, ao passo que a imersão traz a possibilidade do reencontro do indivíduo com ele próprio.
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