Com uma carreira consistente, Vesta chega ao seu quarto álbum, chamado “Castle on the Moon”. Embora os anteriores possuam muitas músicas, este lançamento supera em número de títulos, que somados chegam a 37. O artista queer que cresceu em São Francisco, Califórnia (EUA) e agora reside em Chicago, Illinois (EUA) prima pela versatilidade em todos os sentidos. Além de compositor, Vesta também produz e possui uma habilidade singular para mixar. Este último disco é uma obra conceitual, e isso mostra que o cantor também tem dom para criar histórias, situações e universos no âmbito musical. Este é um trabalho peculiar.
“Castle on the Moon” apresenta temas musicais, mas também traz narrativas ligando uma canção a outra. Ao mostrar serviço, Vesta insere muita personalidade. Na voz, por exemplo, o cantor cria uma melodia confortável com entonações graves. A técnica é perfeita para uma sessão musical cercada por climas futuristas e complexos. Contudo, algum groove pode ser conferido em músicas como “Makers”. As influências do artista são diversas, elas derivam desde estilos raízes como jazz e R&B, até explorações mais atuais como techno pop e house. Em execuções como “Turbulence”, conferimos um pouco dessa mistura, e em outras como “Rover” ouvimos balanços legais.
Como a ideia do álbum é levar aos seus ouvidos a magia da ficção científica em forma de trilha sonora, as ligações cujos nomes atendem por “Mission…”, “Monroe Tape…” etc., são perfeitamente essenciais e bem colocadas entre as canções. Para aliviar um pouco a complexidade, algumas músicas como “Trenches” realçam a proposta futurista do álbum com ritmo bastante acessível. Em outras como “Simple”, que possui simplicidade musical acompanhada de uma voz em tom sereno, grave e envolvente ajudam “Castle on the Moon” a ser um disco com considerável fluidez sonora, embora enigmática. E esta, obviamente, é uma das suas principais qualidades.
Para realizar uma obra dessa grandeza, Vesta recebeu algumas colaborações que se encaixaram bem na proposta, como a de Astroblk em “Osura”, que é um dos temas futuristas. Reno Cruz cedeu seu talento na grooveada “Imperium”, enquanto que Ivy Hollivana participou em “Mw Own”, uma das mais aveludadas. Além destes, outros cinco nomes foram convidados. Ao final de tudo, este álbum melódico, complexo e performático consegue entregar ao ouvinte, uma experiência fantástica que mostra o quão alto pode voar a imaginação do ser humano. Também nos ensina a relaxar, estimular nossos sentidos e respeitar o tempo que cada um de nós tem para viver.
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