Ainda que surte em lapsos de esperança através do vislumbre de uma paisagem crepuscular nascente, a maneira como o violão se movimenta, com seus dedilhares ondulantes, faz extravasar uma sonoridade suavemente dramática e curiosamente melancólica. Misturando delicadeza com generosidades de uma espécie de frescor gélido, a canção logo acaba atingindo um crescente enérgico que excita o espectador.
Com o auxílio de uma guitarra melodicamente ríspida e de uma bateria presente através de golpes certeiros que ajudam na propagação no senso de precisão, a canção acaba garantindo para si menções de delicadeza que, inclusive, são amplificadas pela forma com que o vocalista interpreta o enredo lírico. Com direito a um solo de guitarra de caráter visceral e rascante, You Can Be assume um viés reflexivo por abordar o peso das decisões e o poder que se tem para moldar o próprio destino.